sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Usuários do Cerest visitam o Inhotim

Crédito: Janice Drumond

“Vou guardar esta experiência por toda a minha vida. Irei lembrar para sempre este momento na minha memória. Durante o passeio esqueci das dores na coluna”, este foi o sentimento do usuário do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), José Jerônimo, ao visitar pela primeira vez o museu de arte contemporânea Inhotim.  O ajudante de distribuição é um dos sete usuários do grupo de dores crônicas causadas pelas atividades ocupacionais que são atendidos pelo Cerest e participaram na última quarta-feira, 17, do passeio cultural no Inhotim. O objetivo da ação foi promover à saúde e bem-estar por meio da interação com a arte e a natureza.

Na chegada ao museu, os usuários iniciaram o alongamento com a equipe de profissionais da saúde do Cerest. A atividade ao ar livre foi realizada próxima à obra Magic Square de Hélio Oiticica. Em seguida, o grupo percorreu as áreas do jardim botânico até chegar a Galeria Cildo Meireles para ver a obra “Desvio para o vermelho”. “Tenho hérnia de disco e em nenhum momento pensei no meu problema na coluna enquanto estive aqui. É tudo lindo, maravilhoso. Estava na expectativa de conhecer a sala vermelha. Quero voltar outras vezes”, disse admirada a agente de serviços gerais, Leis de Oliveira.        

Por último, conheceram a Galeria Praça, onde tiveram contato com a obra de Janet Cordiff, que traduzida significa “Quarenta partes de um moteto”, uma composição polifônica medieval de Thomas Tallis. A lesão no pé não foi empecilho para que o usuário Antônio da Silva fizesse o percurso. Com a máquina fotográfica na mão ele registrava cada detalhe. “Quero fotografar tudo, este lugar é maravilhoso. A natureza aqui é belíssima. Esqueci da dor no meu pé”, descreveu. 

O passeio ao Inhotim faz parte do encerramento das atividades do Grupo de Gerenciamento da Dor Crônica e Qualidade de Vida. Após detectar em relatos que a maioria dos trabalhadores pertencentes a este grupo não usufruía de momentos de lazer e cultura por causa do excesso das atividades laborais, a equipe de profissionais do Cerest criou há oito meses o projeto de visitas. “O ritmo de trabalho intenso destes trabalhadores provocou o adoecimento. Percebemos que a falta dos momentos de distração e relaxamento agravam ainda mais o quadro clínico. Por isto, a proposta desta ação é aliar tratamento e bem-estar, possibilitando que a arte contribua com a saúde do trabalhador”, explicou a terapeuta ocupacional do Cerest, Jovana Diniz.    



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